domingo, 22 de agosto de 2010

Sou uma casa vazia

A casa vazia


A minha vida é uma casa vazia,
Cheia de mobílias, loiça e artefactos,
Cores diversas, madeiras, paredes,
Tudo arrumado fora do seu lugar,
Mesmo que a aqueça está sempre fria,
As roupas mais novas só são farrapos,
Os móveis mais fortes, parecem-me redes,
O ar que lá respiro faz-me sufocar.




Estou farta de nela tentar viver,
Quando entro apetece-me sair,
Quando saio apetece-me entrar,
Neste vai e vem sinto-me á deriva;
Olho para trás e tento entender,
Se fosse diferente o que ia sentir,
Mas o presente é que está a contar,
Como a casa vazia é a minha vida.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sonhar acordada


Sonhar acordada


Tenho sono…
Quero dormir eternamente,
Viajar a teu lado no infinito,
Dar-te a mão e voar no alto,
Passar por terras e mares,
Que até agora nunca vi,
Gritar sem ser ouvida,
Conhecer outros lugares.



E num momento de repente,
Ir ao céu como num grito,
Solta como chuva no asfalto,
Para te ver e me contares,
Se estás bem, se és feliz aí,
Porque é isso filha querida,
Que estou sempre a sonhar.



Acordo para a realidade,
E vejo que foi tudo em vão,
Porém crê que é verdade…
Estás sempre em meu coração,
Como uma estrela que brilha,
Um dia que só Deus sabe…
Seremos de novo mãe e filha.

Podem passar mil anos que o coração de mãe baterá sempre por ti