sábado, 17 de julho de 2010

O relógio que eu uso


O relógio que eu uso



O relógio que eu uso
De parede, de pulso,
Ou simples despertador,
Moderno, antigo, futurista,
Modelos vários, de mil cores,
Marca as horas da minha dor,
Marca sem parar sua conquista,



O relógio que eu uso
Inventei um relógio só para mim,
Sem números, som, corda ou pilha,
E o despertar é cântico celestial,
É feito de ouro, pedras e marfim,
É aos meus olhos uma maravilha,
Não me desperta para o mundo real.



O relógio que eu uso
Sonhos, ilusões e fantasias,
Que este relógio me deixa atingir,
Por onde só anda o pensamento,
É aquele que me dá alegrias,
Me deixa ser criança a fingir,
E me traz de novo ao sofrimento.



Estou há muito tempo a pensar,
Comprar outro bem diferente,
Para usar quando estou a dormir,
Pois nada tem que me faça acordar
Talvez daqueles tipo inteligente,
Porque nem sequer o vou ouvir,
E deixará de ser …
O relógio que eu uso.

1 comentário:

  1. Envelhecer;não é contradição. Simplesmente,acontece. O teu poema é lindo, há nele; tristeza? Nostalgia? Saudade? Segue em frente com toda a tua alegria, o teu riso contagiante, as tuas anedotas que me fazem rir e me alegram, mesmo, quando estou triste.Nunca deixes de fazer poesia. jinho

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